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Cerveja em lata ou em garrafa: o que é melhor para a bebida?

Uma das principais polêmicas cervejeiras diz respeito ao processo de envase. Entenda as diferenças entre os métodos e sua influência na qualidade do produto

18/03/2021 07h38
Por: Deyvid Santos

Uma das discussões mais calorosas no meio cervejeiro diz respeito ao melhor método de armazenamento da cerveja. De um lado, temos a praticidade das latas. De outro, a tradição das garrafas. Mas, afinal de contas, a forma de envasar tem influência na qualidade da bebida? A resposta é sim, mas quando se discute qual é a melhor, as opiniões se dividem.

Os preciosistas defendem a tradicional garrafa de vidro como a melhor forma de armazenar, já que entre as vantagens desse método está uma presença maior de carbonatação (o que, juro, é praticamente imperceptível para leigos).

Os defensores das latas apostam na sustentabilidade e na praticidade de ter uma latinha sempre ao alcance das mãos. De fato, o processo de envase em latas tende a ser mais caro e mais difícil para o cervejeiro caseiro.

Já as garrafas exigem menos esforço nesse estágio final da cerveja, visto que seu fechamento é mais simples. Por outro lado, cervejas armazenadas em latas se mantêm conservadas por mais tempo, porque as latinhas impedem a entrada de luz.

INCIDÊNCIA DE LUZ

Para que você entenda melhor a influência da luminosidade, sabe aquela famosa cerveja da garrafa verde? Você pode ter reparado que o sabor das cervejas dessa marca mudam de acordo com o modo de envase.

É que cervejas armazenadas em garrafas de vidro recebem incidência de luz. E essa iluminação extra resulta em um defeito conhecido como lightstruck (em tradução do inglês, “atingido pela luz”). O principal componente cervejeiro que sofre com a ação da luz é o lúpulo, e o resultado disso são cervejas mais amargas e com cheiro desagradável – chamado entre os cervejeiros de “cheiro de gambá”.

MUDANÇA DE PROCESSO

O mestre cervejeiro Fábio Anselmo, da Bravvikus Craft Beer, em Vila Velha, começou a pesquisar o uso de latas para implementar em sua cervejaria por conta da praticidade, dos altos preços em garrafas de vidro e também da escassez desse material na pandemia. “Percebi que há uma rixa parecida com a de times de futebol, cada um defende o seu lado com unhas e dentes”, brinca.

Fábio destaca que o fato de as latas de alumínio serem recicláveis no Brasil (nosso país é líder mundial em reciclagem deste item) foi decisivo quando optou por esse processo de envase. Além disso, ele se inspirou nas cervejarias artesanais de ponta no Brasil que embarcaram na tendência de latas que capricham no design (Satélite, Dogma e outras).

O mestre cervejeiro considera o envase em latas mais difícil e mais custoso, até porque estava acostumado com o tradicional, em garrafas, porém aprova o método. “Gostei bastante do resultado em lata, tive tempo para aprender o processo e está bem legal. Vou seguir assim”, afirma.

Informações do site A Gazeta

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