Com apoio do PDRT (Programa de Desenvolvimento Rural e Territorial), produtores de Três Lagoas e região tiveram uma movimentação de mais de R$ 9,705 milhões em vendas
04/08/2020 10h17
Por: Deyvid Santos
MATO GROSSO DO SUL (MS) – Com apoio da Suzano, referência global na fabricação de bioprodutos desenvolvidos a partir do cultivo de eucalipto, por meio do PDRT (Programa de Desenvolvimento Rural e Territorial), agricultores familiares atingiram a produção de 4,373 mil toneladas de alimentos em Três Lagoas e região ao ano. As vendas resultaram em uma movimentação de R$ 9.705.761,80, conforme último levantamento feito nas comunidades participantes do programa.
De acordo com Evânia Lopes, consultora de Desenvolvimento Social da Suzano em Mato Grosso do Sul, parte desses alimentos abastece a merenda escolar de escolas públicas, por meio de programas como PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar) e PAA (Programa de Aquisição de Alimentos). O restante é comercializado em feiras e comércio local.
“O desenvolvimento da agricultura familiar na região nesses oito anos de programa nos surpreendeu. Os avanços foram muitos. Com o nosso suporte técnico e de consultoria, esses produtores melhoraram a genética de seus animais, a qualidade das pastagens do gado leiteiro, passaram de uma produção interna de hortaliças para atender ao mercado consumidor local e programas de compras públicas com produtos agroecológicos, mais saudáveis para o consumo e sem a agressão ao meio ambiente. Os resultados são estes que estamos vendo”, destaca Evânia.
No Estado, o PDRT, que visa o desenvolvimento sustentável e a geração de trabalho e renda no campo, teve início em 2012, com uma associação participante e 69 famílias beneficiadas. A produção foi estimada em uma tonelada no primeiro ano. Hoje, são 15 comunidades apoiadas nos municípios de Três Lagoas, Brasilândia, Selvíria e Santa Rita do Pardo e um total de 1.065 famílias beneficiadas pelo programa no Estado.
Entre elas, está a de Luciney Alves Ferreira, produtora rural da Associação dos Agricultores Familiares do Assentamento 20 de Março. De acordo com ela, foi por meio do PDRT que os produtores rurais tiveram acesso à consultoria técnica voltada para a agricultura e pecuária leiteira. Com isso, não só a produção de alimentos agroecológicos disparou, como também a produção de leite e de seus derivados. “Brinco que minhas vacas leiteiras são muito chiques, têm até ultrassom”, disse. As mudanças feitas no campo refletiram na qualidade das famílias. “Hoje, temos famílias em que 100% da renda vem exclusivamente da terra. Eu tenho filhos na faculdade, o que seria impossível sem a renda da agricultura”, completou.
Na comunidade, as famílias produzem praticamente todos os tipos de hortaliças e estão fortalecendo a produção de leguminosas e frutas por meio do sistema agroecológico, o mesmo aplicado na comunidade do Pontal do Faia. O assentamento é um dos mais antigos de Três Lagoas, com 20 anos de existência. “Antes tínhamos uma produção muito pequena, alguns mexiam em suas hortas e só. Foi quando o PDRT começou que a produção arrancou. A partir daí, começaram os projetos de produção de agroecológicos, pecuária leiteira, entre outros. O PDRT foi e ainda está sendo maravilhoso para gente”, ressalta Adriana Maria Cruz Bispo, presidente da Associação dos Agricultores (as) Familiares do Assentamento Pontal do Faia.
A mudança na qualidade de vida dos produtores também é destacada por ela. “Temos patrulha mecanizada, a genética dos animais da pecuária foi melhorada. Não tem nem comparação. Com isso, tem produtor crescendo, conseguindo comprar um carro e estamos conseguindo manter nossos jovens aqui. Agora, eles não precisam partir em busca de oportunidades”, explica Adriana.
Segurança alimentar
A ONU (Organização das Nações Unidas) estima que 80% dos alimentos saudáveis (sem processamento), sejam produzidos pela agricultura familiar. Além de ser alimento “de verdade”, Luciney destaca o sistema agroecológico no cultivo, que se diferencia do orgânico somente pelo uso de esterco. “Todas as pragas são combatidas com o que produzimos aqui, como pimenta e leite”, completa.
Adriana reforça outro benefício dos agroecológicos: a maior durabilidade dos alimentos. “É só fazer o teste: compre dois pés de alface, um agroecológico e outro não, e deixe na geladeira para ver qual durará mais tempo”. Ela completa: “Tem gente que não dá o devido valor, mas o que está na maioria das mesas, vem da nossa terra”.
Informações da Assessoria de Comunicação