Geral – 08/01/2012 – 12:01
Toras de madeira nobre boiam como jangadas no leito do Rio Javari, um dos principais afluentes do Solimões, que separa o Brasil do Peru.
São o resultado do desmatamento ilegal feito por contrabandistas peruanos que fazem o corte seletivo do que sobrou de cedro no lado brasileiro da fronteira, de acordo com investigação da Polícia Federal.
O material vaga pelo rio diante de uma das quatro lanchas blindadas e altamente equipadas que a Receita Federal comprou, em 2007, para fiscalizar o contrabando e coibir os crimes transnacionais na Região Norte.
Mas as embarcações estão paradas há pelo menos dois anos. Cada barco custou R$ 4 milhões ao contribuinte.
Os troncos entrelaçados descem o rio em direção à Islândia, ilha peruana onde a madeira é processada, antes da exportação para México e Estados Unidos.
De acordo com a investigação da PF, grande parte do produto brasileiro é levada para o Hemisfério Norte por duas embarcações de bandeira mexicana, “Yacumama” e “Yacucaspi”, que já foram interceptadas com carregamento de pasta base de cocaína.
A madeira é incorporada aos carregamentos legalizados de madeira extraída em áreas de manejo do lado peruano.
Fonte: Roberto Maltchik, O Globo