A principal denúncia apresentada é do fato acontecido no dia 24 de julho, de uma mãe que passou por um parto forçado e o bebê veio a óbito
06/08/2019 15h36
Por: Deyvid Santos
TRÊS LAGOAS (MS) – Na manhã desta terça-feira (06) a Câmara de Vereadores de Três Lagoas (MS) recebeu a denúncia de algumas mães do movimento social voluntário Mães Unidas, que estiveram presentes para pedir a apuração de casos contra o Hospital Auxiliadora. A principal denúncia apresentada é de um fato acontecido no dia 24 de julho, de uma mãe que passou por um parto forçado e o bebê veio a óbito.
Segundo relatado pelo grupo, fotos mostram o bebê machucado, indicando erro médico.
O vereador Professor Flodoaldo apresentou um dado alarmante: “o índice de mortalidade materna nacional é de 58.4, estadual é de 65, de Três Lagoas é de 105 e do HNSA é de 180”. Esses dados são os mesmos apresentados pela reportagem da Rádio Caçula, que aponta a investigação realizada pelo Ministério Público Estadual sobre os casos ocorridos em Três Lagoas.
Gilmar Garcia ressaltou que, no Brasil, a maior discriminação é com o pobre. “Por que a mulher pobre tem que se submeter à vontade do Estado e não pode escolher o tipo de parto?”, questionou o vereador.
Em nota através de redes sociais, o grupo Mães Unidas afirmou que a Câmara de Vereadores irá apurar os fatos ocorridos no Auxiliadora, através da Comissão de Saúde. Silvia Iris Ribeiro Pereira, que perdeu recente o filho durante o parto no hospital, também esteve presente durante a sessão.
Mesmo em pouca quantidade, as mulheres mostraram a “força de mãe” e se fizeram ouvir durante a sessão. “Mas o Movimento Mães Unidas já esperava nem por isso recuou e nem irá recuar na caminhada em busca de justiça. Tanto nessa questão de parto forçado quanto a questão de pais destituído. Mesmo que em dados momentos fiquemos sozinhos com quem está passando por momentos difíceis. Recuar é uma palavra que este movimento não conhece”, diz parte da postagem.
A INVESTIGAÇÃO DO MP
O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), através da 4ª Promotoria de Justiça da Comarca de Três Lagoas instaurou um Procedimento Administrativo para averiguar denúncias, realizadas de forma anônima, de que tem ocorrido elevado número de mortes de crianças em decorrência de problemas ocorridos durante o parto pelo SUS no Hospital Auxiliadora de Três Lagoas.
Instaurado em dezembro de 2018, o procedimento detectou que os números mortalidade neonatal (precoce e tardia) não estão além dos índices nacionais, mas há uma taxa elevada de mortalidade materna no Município de Três Lagoas.
Para tentar solucionar o problema, o MPMS solicitou um novo procedimento administrativo para fomentar a elaboração de projeto no Município de Três Lagoas com a finalidade de reduzir o índice de mortalidade materna.
Com informações da CMTLS